terça-feira, 30 de dezembro de 2008

2009

E claro que não poderia deixar de ser ... é quase como inevitável, a seguir ao Natal, não pensar na Passagem de Ano! Na passagem para o novo ano que aí vem !
Os programas são sugeridos, as propostas são ouvidas e partilhadas e as dúvidas e indecisões aumentam! Mas cada um, faz a sua escolha que vá ao encontro daquilo que mais lhe agrada!
Compram-se as garrafas de champagne, as passas e os frutos secos, escolhe-se a música ideal para a noite inteira, o sítio não interessa! Interessa sim, a boa disposição e alegria. A disposição com que cada pessoa entra no novo ano.
O controlo das horas é permanente. A euforia é gigante. A ânsia aumenta com o passar dos minutos...
Tenho que admitir, que para mim é um dia que não pode passar indiferente - 31 de Dezembro!
É a passagem para um novo ano ... é como uma nova vida.
Peçam os vossos desejos. Pensem naquilo que de mau aconteceu este ano e não querem que volte a acontecer. Façam mudanças positivas para a vossa vida bem como para a dos outros! Novas oportunidades irão chegar, amores e desamores, dinheiro ... muito ou pouco ??? Saúde... que haja sempre saúde! Alegria, felicidae, amizade... Tudo do melhor !!

São os meus votos!! Tudo do melhor.

Um bom ano 2009 ...

As horas começam a passar.

O tempo não para.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Época Natalícia

Penso que este artigo deveria ter sido publicado mais cedo. Faria mais sentido ter sido publicado antes do Natal com uma imagem radiante e cheia de brilho, alegria e emoção. Com mensagens de valor desejando um Bom Natal a todos. Mas... não. Escrevo este artigo precisamente depois do Natal pois não venho propriamente admirar esta época que para a grande maioria, é uma época de alegria e felicidade.
Lembro-me quando era muito nova pegar em todos os catálogos de brinquedos e marcar com um x aqueles que mais queria. Depois disso, seleccionava-os novamente para retirar alguns da lista e assim por diante até ficarem apenas dois ou três presentes. Sim, era sem dúvida muito generosa com o Pai Natal ( digo eu ).
O Natal para mim, era aquela época esperada ansiosamente ao longo do ano. Recebia sempre no prinípio do mês de Dezembro um calendário com chocolates e cada dia que passava para mim era um paço cada vez mais perto do "pápá" de barbas e fato vermelho. O grande mistério...
Na véspera de Natal olhava para a chaminé da minha cozinha e perguntava-me como é que ele iria entrar sem ninguém ouvir. Como é que ele chegava perto da árvore de Natal sem os meus pais o ouvirem. Mas depois rapidamente me lembrava que o Pai Natal era amigo e tinha feito uma espécie de acordo com todos os pais que à meia noite iria entrar em todas as casas, ao mesmo tempo e deixava os presentes. Apressava-me então em ir para a cama e conseguir adormecer antes da meia noite.
Confesso. Para mim o Natal era praticamente isto. Recebia os meus familiares em casa e isso era sem dúvida também uma alegria para mim mas o que interessava mesmo, eram os presentes...
Com o passar do tempo, novas ideias foram-me transmitidas. O Natal é aquela época em que as pessoas se reúnem, são boas umas para as outras, partilham boas emoções e sentimentos. É uma época de magia em que as pessoas ficam felizes. É uma época de paz, de amor e harmonia. Esforçava-me por perceber tudo desta forma e claro... pôr em prática!
Hoje... olho para tudo isto e vejo que nada bate certo ou então fui eu que mudei, mas para o lado errado.
Harmonia não existe. Paz... onde é que ela está ? Amor ? Já o vi ... ! União... sim em algumas casas...
No entanto o meu pensamento quando era criança mantém-se relativamente aos presentes. Sim os presentes é que intressam!!! Para muitos portugueses Natal é sinónimo de dar e receber, ponto. Para muitos portugueses, o Natal é uma época de consumismo. Ou seja, claro que é uma época de alegria.
Mas agora pergunto-me : e aqueles que não têm ninguém e nada recebem ? e aqueles que passam o Natal sozinhos ? e aqueles que perderam alguém próximo nesta época?
Atrevo-me a dizer que quase nunca temos esta consciência. É fácil preocuparmo-nos com o que vamos dar e obviamente pensamos no que vamos receber ... mas nunca nos lembramos daqueles que nada têm ! Como é que eles passam o Natal ? O que é o Natal para eles ? É também uma época de alegria e união ? De partilha ? Sim ... mas com quem ??
Este ano quis ser diferente. Foi tarde, é um facto ... mas mais vale tarde do que nunca certo?! Os meus presentes foram dados aqueles que mais desconhecia.
Antes da meia noite apressei-me a sair de casa para percorrer grande parte da cidade de Lisboa. Não via quase ninguém na rua e por momentos pensei : "o que é que eu estou a fazer ??? O Natal é passado em casa não aqui ... na rua".
Mas por íncrivel que pareça, à medida que ía descendo a parte baixa da cidade começei a ver muitas pessoas na rua. "Estranho ... estes não sentem o Natal como eu ... Estes preferem passar aqui". Será ??
Abri a bagageira do carro e retirei toda a comida que tinha trazido de casa. Trazia quase todo o tipo de comida.
Passei perto das pessoas e cuidadosamente, perguntei-lhes: " Querem algo para comer ? Trouxe bolos entre outras coisas..."
" NÃO QUEREMOS QUE TENHA PENA DE NÓS. O NATAL NÃO É AQUI. É EM CASA. NÃO QUEREMOS COMIDA NENHUMA "
Congelei!!! Fiquei quase sem reacção. Baixei-me perto deles e sem querer insestir deixei a comida perto de cada um .
Continuei a percorrer a cidade e encontrei novas pessoas. Fiz-lhes a mesma pergunta.
"CLARO. MUITO OBRIGADA. DEIXEI AÍ E COMA CONNOSCO ". Assim o farei, pensei.
Sentei-me na pedra gelada e comi carinhosamente na companhia de estranhos. E sim ... isso foi o momento mágico que tive este Natal. Ver a união entre nós, a alegria deles, o sorriso de todos, a harmonia que se pôs...
Despedi-me congelada com o frio. Sim fazia muito frio naquela pedra onde eles dormem.
Reflecti sobre todas estas questões e irritei-me comigo mesma. Porquê fazer isto apenas hoje? Porque não fazer isto todos os dias???
Natal não é hoje. Natal foi ontem e será amanhã também . Natal é quando quisermos ( como dizia Fernando Pessoa ).
Natal ... é muito mais do que dar um presente. Natal é pensado, sentido e vivido mas nunca de uma forma egoísta e consumista. Natal é partilha sim mas aqueles que não têm!
Não quero nunca deixar uma visão negativa do Natal e honestamente, não quis nunca criticar a forma como cada um vive. Apenas... partilhar a minha experiência vivida, que foi sem dúvida um espírito natalício... mágico, cheio de magia!!

A prepósito... espero que tenham tido um Feliz Natal*

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ser ou Criar?

Com o passar do tempo, à medida que crescemos, surgem certas dúvidas. Aquelas dúvidas a que alguns chamam de " dúvidas existenciais ".
Eu tenho as minhas. E não são poucas acreditem...! Mas sinto-me bastante bem com isso. São as respostas a essas mesmas dúvidas que me vão tornando uma pessoa mais realizada e de acordo comigo mesma.
O contacto diário com as pessoas, as leituras que fazemos, aquilo que vimos e assistimos... ajudam-nos a tornarmo-nos pessoas certo? A desenvolvermo-nos.
Desta forma, eu tenho uma dúvida: Nós somos aquilo que somos e estamos destinados a isso ou cada dia que passa vamo-nos criando ?
Teorias e ideias apontam para a seguinte ideia: Nascemos " assim " , vivemos " assim " e morrermos tal e qual da mesma maneira.
No entanto, também existe um vasto número de opiniões e teorias que apontam que ao longo da nossa vida estamos em constante mudança. Sempre à procura do equilíbrio. Moldamo-nos às pessoas, adaptamo-nos às situações, mudamos os obstáculos... Estamos sem dúvida num processo evolutivo ( ou não ) para nos tornarmos de x maneira.
Não querendo concordar com nenhuma opinião mas sim ver cada uma a olho nu.
Olhando para a primeira ideia: nascemos num meio familiar e recebemos determinada educação baseada em valores e princípios que em grande parte definem aquilo que supostamente iremos ser. Na escola temos experiência com o primeiro contacto entre colegas e amigos e absorvemos toda ou quase toda a informação que nos é transmitida.
Enquanto adolescentes, conhecemos o verdadeiro sentido da amizade, temos o nosso primeiro amor, as experiências proibidas e aquelas que à partida só são permitidas com aquela idade, criamos os nossos primeiros pensamentos e ideais de vida, revoltamo-nos e adaptamo-nos.
Quando somos adultos, continuamos com os mesmos ideais ? Com as mesmas ideias?
Quando somos idosos, pensamos exactamente da mesma maneira que pensávamos quando tínhamos 15, 16, 17, 18 anos ?!?
Até que ponto aquilo que nos é transmitido e é por nós adquirido na infância se mantém ao longo da vida? Somos aquilo que somos ou estamos toda a nossa vida a criar o nosso ser? Somos ou criamos ?
Olhando para a segunda ideia ( de nos criarmos a nós próprios ) : Tudo aquilo que experienciamos e temos conhecimento são um factor de mudança ou são apenas mecanismos de passagem na nossa vida?
Pergunto-me várias vezes se tudo aquilo que vivi não foram razões suficientes para me tornar a pessoa que sou hoje. Tento reflectir nos momentos mais marcantes e mesmo até naqueles que não tiveram tanta importância ... pois acabam sempre por ter. Nada é em vão, ou é ?
Afinal ... estamos aqui para aprender e melhorar com essa aprendizagem ... ou simplesmente para viver e viver e viver ... não importando o impacto que tudo isso tem em nós ?
Eu acredito na mudança constante. Mesmo assim ... acredito que o que sou hoje ... também o irei ser amanhã e atrevo-me a dizer daqui a uns anos.
Nada é em vão. Aquilo que vivemos torna-nos pessoas melhores ou piores e isso é sem dúvida um processo de mudança. Mas... aquilo que aprendi e vivi quando era criança foi espantoso. E quero que o continue a ser, nunca me esquecendo que hoje sou uma pessoa diferente.
Somos aquilo que somos e com isso ... criamo-nos. O que somos hoje em dia foi aquilo que nós próprios nos criámos. Parece-me confuso ... e não o deveria dizer.
Há quem diga que a vida é uma escola e que estamos aqui para aprender. Mas pelo vistos estamos aqui apenas para recordar e criar quem somos e não para mudarmos.
Afinal de contas, a escola é um sítio onde eu vou se houver algo que não saiba e queira saber. Não é um sítio onde vou se já sei uma coisa e quero simplesmente experienciar.
Com a nossa vida, parece que se passa o mesmo. É uma oportunidade que temos para experenciar aquilo que já sabemos. E de facto, para isso não precisamos de aprender nada. Precisamos apenas de recordar aquilo que sabemos e agir com base nisso.

Mas ... afinal de contas, somos aquilo que somos ou estamos a criar-nos dia após dia ?

Dúvidas existenciais irão sempre existir e como disse no ínicio não me sinto mal por isso, bem pelo contrário: Sinto - me bem e realizada.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Inverno

Saio de casa apressada. Saí à pouco do banho quente de cabelo lavado e penteado, roupa quente e confortável e mal abro a porta de casa... Chuva!
"Oh não! Não acredito que está a chover...! Porcaria de chuva. Porcaria de Inverno!"
Inverno ... estação do ano que para muitos é sinónimo de chuva, frio, vento, gripes e constipações, mau estar, dias tristes, roupas escuras...sinónimo de tristeza.
É assim mesmo ?
O Inverno tráz consigo beldades únicas e incríveis. Cores mágicas, fenómenos lindos, dias bonitos.
Para quem se casa no Inverno, costuma-se dizer que o casamento irá ser abençoado pela chuva.
Hoje, aborrecida com a chuva e com o frio pensei duas vezes antes de " estragar " o meu dia. Pensei: até que ponto é possível o meu dia tornar-se chato por causa da temperatura? Ou por causa da água que inundava tudo por onde andava ...
Experimentei algo diferente, que não é novidade nenhuma para muitos.
Aceitar o Inverno e de certa forma, apreciá-lo.
É certo que ainda não estamos no Inverno mas o tempo já mostra os seus sinais.
Escolhi uma roupa quente com cores escuras mas bonitas. Apressei-me a mudar de disposição. Disse a mim mesma : " Que dia lindo que está ".
Fui directa para Belém - zona de Lisboa, perfeita para se passear num dia de Verão ou Primavera.
Procurei um sítio onde pudesse estar à vontade; livremente! Não pude deixar de comprar os clássicos pastéis de Belém.
Sentada num jardim, reodeada de lagos, olhei para cima: o céu estava verdadeiramente escuro e cinzento. Ao princípio diria: feio, mas não. Estava lindo, acreditem! As nuvens tinham formas e feitios.
As árvores vazias é um facto. Sem folhas e sem flores. Apenas ramos despidos ... mas todos eles, lindos.
O mar estava agitado... mas cheio de vida!! A relva, molhada brilhava um vede escuro acastanhado.
O cheiro a fresco e puro rodeava-me.
Era sem dúvida um cenário que só mesmo vivido é que se sabia apreciar.
Comparei aquele momento a um dia de Verão e pensei nas imensas diferenças que iria encontrar. Mas no entanto, quis acreditar que não haveria de ser melhor. Porquê melhor ?
O Inverno mostra fenómenos naturais incríveis. A chuva despertou-me. O vento limpou-me as ideias e levou consigo os meus maus pensamentos. O frio tomou conta de mim para perceber que tinha que mudar algo na minha vida. Os pastéis ... aconchegaram-me :)
Tudo o que ali estava era Natural. Era real. Era bonito. Era a chegada do Inverno.
Custou-me sair dali. Criei uma proximidade com aquele frio que no final acabou por se tornar caloroso...
Há quem diga que adora o Inverno para ficar em casa, enrolado na manta, ao pé da lareira a beber um chocolate quente ... e etc etc etc ...!! Mas porquê ?? O Inverno impede-nos de sair de casa? Sim, limita-nos algumas saídas e passeios, mas porque razão ele é visto como uma estação chata e aborrecida , feia e fria ?
Chego à conclusão que é tudo uma questão de pré-disposição. A forma como encaramos as coisas. A forma como queremos que o nosso dia seja.
Eu, convenci-me que hoje não ia ficar chateada. Convenci-me que ía sorrir como se estivesse a ver o Sol mas ... neste caso, sorri quando a chuva me tocou.
Há tanta coisa possível para se fazer num dia de Inverno. É só mais um dia mas com chuva que é mágica e frio ... que se quiserem torna-se muito mais quente do que imaginam!!!

Aceitem e apreciem. O Inverno está a chegar!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Dá-me a tua mão...

"Se lhe deres a tua mão esquerda, x diz-te exactamente o que se passa neste momento ctg...".
Na brincadeira e com muita curiosidade apressei-me a dar a minha mão a uma pessoa com quem nunca tinha falado. Nunca lhe tinha contado nada, rigorosamente nada sobre a minha vida. Quem sou, como me chamo, o que gosto, o que não gosto, pelo que já passei, do que tenho medo, do que me fascina... Nada!
Num espaço pouco ou nada acolhedor, com muita chuva lá fora foram-me ditas palavras de um modo bastante carinhoso, olhos nos olhos e com bastante tranquilidade. Num espaço de ... minutos, poucos minutos, x disse-me aquilo que eu ando a descobrir ao longo dos meus anos. Disse-me exactamente aquilo que eu não queria ouvir e que era verdade, aquilo que eu sabia e gostava e que era sem dúvida verdade!
"Mas afinal, quem és tu ?!?" Ri-me ao mesmo tempo por estar tão surpreendida mas ao mesmo tempo ... assustada.
Será possível uma pessoa que nunca trocou uma palavra comigo conhecer-me melhor que pessoas que me acompanham diariamente ? Amigos e amigas ?
Quiromancia ... é como é chamada esta ... arte (?)
As nossas mãos são os nossos orgãos que nos dão o contacto com o mundo material. São elas que nos ajudam a descobrir o contacto físico, a sentir o toque e a "agarrar" aquilo que necessitamos.
Para aqueles que acreditam, a palma da mão fornece uma vasta informação sobre cada um de nós. A palma da mão acaba por ser um verdadeiro mapa para o estudo do conhecimento individual. Que segredos esconde? Quantos segredos esconde aquela pessoa que achamos conhecer tão bem ... e no fundo a sua mão revela-se outra coisa completamente diferente?
Podemos ver a personalidade de uma pessoa através das mãos?
Investiguei sobre o assunto e fiquei fascinada! Como é possível determinarmos características de uma pessoa através das linhas das mãos, grossas ou finas, pequenas ou grandes, de temperatura quente e húmida ou frias e secas?
As lendas contam que o filósofo grego Aristóteles, que dizia que a mão é o " principal órgão" do corpo, ensinou quiromancia ao seu mais famoso pupilo, Alexandre o Grande.
Dizem também que Júlio César acreditava ter tanta habilidade para decifrar palmas da mão que julgava seus homens pela aparência das suas mãos.
Fiquei... indignada talvez com isto! Escolher uma pessoa através da sua mão ?
Por esta lógica faria sentido escolhermos a pessoa com queremos casar olhando para a palma da sua mão ?
Pergunto-me se as pessoas não valem por aquilo que são interiormente e isto não é querer estar ligada ao interior nem nada parecido ... simplesmente ... considero altamente improvável uma pessoa ser categorizada pelas linhas que a sua mão contém ! Mas ... a verdade é que aconteceu comigo e aconteceu de forma " real ". Há quem me diga agora... " isso foi apenas uma coincidência ..." e eu pergunto : " será mesmo coincidência ? " Que grande coincidência ...
Continuei a pesquisar ( e ainda continuo confesso ) e descobri uma opinião bem diferente. A opinião de Leonardo da Vinci. Entre os livros que o mesmo escrevia, encontravam-se alguns tratados de astrologia, fisiognomia e quiromancia, o que se compreende, se pensarmos na variedade de interesses do pintor toscano. É interessante conhecer o seu pensamento acerca destes temas, que na sua época tal como hoje em dia dividiam a opinião pública.
No Tratado da Pintura, Leonardo da Vinci escrevia: " Não me alargarei em temas como a fisiognomia e a quiromancia porque nelas não há nenhuma verdade [...] É certo que os sinais do rosto mostram a natureza dos homens [...] Mas no mesmo momento pode morrer um grande número de pessoas numa guerra e todas elas tinham as linhas das mãos diferentes. "
Tantas opiniões e tantas visões que me fazem pensar e questionar cada vez mais! No fundo, tudo isto fica ao critério de cada um certo? Cada um tem as suas crenças e cada um acredita naquilo que quer! Faz parte ... e a vida é sempre feita de escolhas!
Agora... não deixa de me fazer confusão o facto de ser possível conhecermos uma pessoa através da sua mão. Faz - me confusão afirmarem-nos que o nosso destino vai ser assim ... quando olham para as nossas mãos.
Sempre acreditei que o destino .. eramos nós que o fazíamos. Sempre acreditei que o destino muda a cada segundo que passa e está sempre a mudar mediante as escolhas que fazemos...
mas afinal .. descobri que as linhas das nossas mãos também mudam ....

- "Dás-me a tua mão?"
- "Não sei ..."

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Direitos Humanos





Por hoje, achei que bastava...

No entanto não basta ler.

É preciso reflectir.


Declaração Universal dos Direitos do Homem
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do homem
conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o
advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer,
libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do
homem;
Considerando que é essencial a protecção dos direitos do homem através de
um regime de direito, para que o homem não seja compelido, em supremo recurso,
à revolta contra a tirania e a opressão;
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações
amistosas entre as nações;
Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de
novo, a sua fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da
pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se declaram
resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores condições de vida
dentro de uma liberdade mais ampla;
Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, em
cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efectivo
dos direitos do homem e das liberdades fundamentais;
Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da
mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso:
A Assembleia Geral Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como
ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os
indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se
esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e
liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e
internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efectivos tanto
entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios
colocados sob a sua jurisdição.
Artigo 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito
de fraternidade.
Artigo 2.º
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades
proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de
raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem
nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além
disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou
internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou
território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de
soberania.
Artigo 3.º
Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4.º
Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o
trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Artigo 5.º
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
Artigo 6.º
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os lugares da
sua personalidade jurídica.
Artigo 7.º
Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção
da lei. Todos têm direito a protecção igual contra qualquer discriminação que viole a
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8.º
Toda a pessoa tem direito a recurso efectivo para as jurisdições nacionais
competentes contra os actos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela
Constituição ou pela lei.
Artigo 9.º
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10.º
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja
equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que
decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em
matéria penal que contra ela seja deduzida.
Artigo 11.º
1. Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente até que a
sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo
público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam
asseguradas.
2. Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no momento da sua
prática, não constituíam acto delituoso à face do direito interno ou
internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a
que era aplicável no momento em que o acto delituoso foi cometido.
Artigo 12.º
Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família,
no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação.
Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a protecção da lei.
Artigo 13.º
1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua
residência no interior de um Estado.
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra,
incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.
Artigo 14.º
1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar
de asilo em outros países.
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente
existente por crime de direito comum ou por actividades contrárias aos fins e
aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 15.º
1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do
direito de mudar de nacionalidade.
Artigo 16.º
1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de
constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião.
Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos
iguais.
2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos
futuros esposos.
3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à
protecção desta e do Estado.
Artigo 17.º
1. Toda a pessoa, individual ou colectiva, tem direito à propriedade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 18.º
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de
religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim
como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum,
tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.
Artigo 19.º
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que
implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e
difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de
expressão.
Artigo 20.º
1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21.º
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negócios
públicos do seu país, quer directamente, quer por intermédio de
representantes livremente escolhidos.
2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às
funções públicas do seu país.
3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos; e
deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por
sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente
que salvaguarde a liberdade de voto.
Artigo 22.º
Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social;
e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais
indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de
harmonia com a organização e os recursos de cada país.
Artigo 23.º
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a
condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o
desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho
igual.
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que
lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade
humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção
social.
4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se
filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.
Artigo 24.º
Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma
limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.
Artigo 25.º
1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e
à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação,
ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos
serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na
doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de
meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais.
Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma
protecção social.
Artigo 26.º
1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo
menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino
elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser
generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em
plena igualdade, em função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao
reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve
favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e
todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das
actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a
dar aos filhos
Artigo 27.º
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos
benefícios que deste resultam.
2. Todos têm direito à protecção dos interesses morais e materiais ligados a
qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.
Artigo 28.º
Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional,
uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e as liberdades
enunciadas na presente Declaração.
Artigo 29.º
1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível
o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
2. No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito
senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a
promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros
e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do
bem-estar numa sociedade democrática.
3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos
contrariamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 30.º
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de
maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se
entregar a alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os
direitos e liberdades aqui enunciados.

domingo, 9 de novembro de 2008

Meios de Comunicação

"Estou a ficar sem bateria no telemóvel, e agora não consigo falar com ninguém!!!"
Se experimentasse dizer esta frase perto de alguém de gerações diferentes, o mais provável era ouvir: "Ora Ora. No meu tempo não havia nada disso, e toda a gente se falava sem dificuldades".
Sim. É correcto. Mas tenho que dizer que na minha opinião os telemóveis foram algo que inventaram que mudaram os nossos dias... para melhor.
Os nossos dias, giram em torno dos meios de comunicção. Ouvimos o que a rádio diz, vemos o que a televisão mostra ( e quer mostrar ), lemos os jornais, folheamos as revistas... e assim, nos tornamos seres baseados naquilo que ouvimos, vemos, lemos ... apenas!
Vivemos numa era marcada pela interconexão, na qual as pessoas de todo o mundo participam numa única ordem de informação, o que decorre, em grande parte, do âmbito internacional das comunicações modernas. Devido à globalização e ao poder da Internet, é possível receber a mesma música popular, notícias, filmes e programas de televisão da Nova Zelândia à Terra das Vacas em Portugal. Os canais noticiosos que operam ao longo das 24horas relatam histórias assim que estas ocorrem e difundem a cobertura de eventos para o resto do mundo. Filmes feitos em Hollywood ou Hong-Kong atingem audiêcias em todo o mundo, enquanto celebridades como as Spice Girls ou Tiger Woods são famosos em qualquer continente.
Ao longo das últimas décadas, temos sido testemunho de um processo de convergências na produção, distribuição e consumo de informação. Formas de comunicar, como a impressão, a televisão e o cinema, esferas relativamente independentes no passado, têm vindo a entrelaçar-se extroardinariamente. As divisões entre formas de comunicação tornaram-se mais ténues: a televisão, a rádio, os jornais, os telefones estão a passar por transformações profundas devido a avanços na tecnologia e à rápida disseminação da Internet. Embora os jornais e similiares permaneçam centrais nas nossas vidas, assiste-se a uma transformação nas suas formas de organização e de fornecimento de serviços. Os jornais podem ser lidos online, o uso do telefone móvel cresce exponencialmente e a televisão digital e os serviços de difusão por satélite permitem uma diversidade de escolha sem precedentes. No entanto, penso que é a Internet que está no centro da revolução das comunicações. Com a expansão das tecnologias como o reconhecimento de voz, as transmissões em banda larga, as ligações por cabo, a Internet ameaça eliminar as diferenças entre os media tradicionais, tornando-se assim o canal por excelência de oferta de informação, entertenimento, publicidade e comércio para os vários públicos dos media.
A questão que coloco é: até que ponto com todo este processo de tamanho gigantesco, não nos tornamos vazios, sozinhos e longe de tudo e todos? Sim, podemos estar "perto" dos acontecimentos uma vez que temos acesso a todo o tipo de informação se quisermos, mas ... será que não nos esquecemos que existe um mundo lá fora?
O comando da televisão dá-nos aquilo que queremos ver, por opção própria. As revistas colocam aquilo que nos interessa, a televisão só mostra aquilo que pretende... mas... e o resto ??
Sem dúvida, que os meios de comunicação social vieram desempenhar um papel fundamental na sociedade moderna, mas atingem audiências de massa que a sua influência nas nossas vidas é profunda!
É certo, como indivíduos, não controlamos as alterações tecnológicas, e o ritmo acelarado dessas mesmas alterações. Mas esse ritmo... não gosto desse ritmo. É esse mesmo avanço que anda a uma velocidade nunca vista que ameaça engolir as nossas vidas.
Quero relembrar que existe um mundo lá fora à nossa espera! É esse mundo que decorre à nossa velocidade! Somos nós que o acompanhamos! E é sem dúvida algo mais "natural".
A chegada da era de um mundo ligado por fios não nos conduziu, ainda, ao Big Brother; pelo contrário, tem promovido a descentralização e o individualismo.
Só espero, que os livros e outros meios de comunicação social não desapareçam. Aliás, mesmo Bill Gates também achou necessário escrever um livro para descrever o novo mundo de alta tecnologia....


A verdade, é que sem Internet, não estaria aqui, neste momento, a falar dela...

Tenho saudades de escrever uma carta à mão.



terça-feira, 4 de novembro de 2008

"coisas"

Depois do jantar, lembrei-me de uma música (não me perguntem a que prepósito) da Nancy Sinatra com o Dean Martin. Uma música com o nome de "Things".
Ao lembrar-me da letra da música lembrei-me de como era engraçado a forma como as pequenas coisas fazem a diferença. Mais precisamente, de como as pequenas e simples coisas fazem a diferença.
Gostava de saber, quem foi a Mulher que nunca ouviu, por exemplo quando não sabia o que vestir para uma festa, que ... a simplicidade faz a diferença, bem como a simplicidade faz a originalidade. Concordo plenamente com esta afirmação.
Aprecio fortemente aquelas pessoas que se "contentam com pouco". Normalmente, são pessoas que apreciam e satisfazem-se com as pequenas coisas e com as coisas... simples.
Desta forma, queria expôr o meu ponto de vista realativamente às pequenas coisas, que se tornam tão simples e a nós ... felizes!
Começarmos por encarar os problemas, como algo indespensável, e agarrá-los de forma a encontrar uma solução ... simples.
Começarmos, nós pessoas, a sermos mais ... simples, sem grandes exageros e vermos as coisas na sua "forma" natural.
Vivermos cada dia com o que temos e aproveitarmos isso da melhor maneira possível.
Aqueles que apreciam a simplicidade das coisas, parabéns. Aqui vai uma lista de simples coisas... que trazem felicidade:

Apaixonar-se.
Rir tanto até que a cara doa.
Um chuveiro quente num Inverno frio.
Um supermercado sem filas nas caixas.
Um olhar especial.
Receber correio (pode ser electrónico...).
Conduzir numa estrada linda.
Ouvir a nossa música preferida no rádio.
Ficar na cama a ouvir a chuva cair lá fora.
Toalhas quentes acabadas de serem engomadas.
Encontrar a camisola que se quer em saldos a metade do preço.
Batido de chocolate (baunilha ou morango).
Uma chamada de longa distância.
Um banho de espuma.
Rir baixinho.
Uma boa conversa.
A praia.
Encontrar uma nota de 20 euros no casaco pendurado desde o último Inverno.
Rir-se de si mesmo.
Chamadas à meia-noite que duram horas.
Correr entre os jactos de água num jardim.
Rir por nenhuma razão especial.
Alguém que nos diz: és o máximo.
Rir de uma anedota que vem à memória.
Os amigos.
Ouvir acidentalmente alguém dizer bem de nós.
Acordar e verificar que ainda há algumas horas para continuar a dormir.
O primeiro beijo (ou mesmo o primeiro com novo parceiro).
Fazer novos amigos ou passar o tempo com os velhos.
Brincar com um cão.
Haver alguém a mexer-nos no cabelo.
Sonhar.
Chocolate quente.
Fazer-se à estrada com os amigos.
Balancearmo-nos numa rede.
Embrulhar presentes perto da árvore de Natal comendo chocolates e os doces típicos.
Ver as letras das músicas nas capas dos CD´s pª podermos cantá-las sem nos sentirmos estúpidos.
Ir a um bom concerto.
Trocar um olhar com um/a desconhecido/a.
Ganhar um jogo.
Fazer bolachas de chocolate.
Receber de amigos biscoitos feitos em casa.
Ver o sorriso e ouvir as gargalhadas dos amigos.
Andar de mão dada com quem gostamos.
Encontrar por acaso um velho amigo e ver que algumas coisas ( boas ou más) nunca mudam. Patinar sem cair.
Observar o contentamento de alguem que está a abrir um presente que lhe oferecemos.
Ver o nascer do sol.
Levantarmo-nos da cama todas as manhãs e agradecermos um novo dia.

Peço desculpa se considerarem que certas coisas não são simples... mas apteceu-me. Mesmo assim, a simplicidade faz a diferença!!!



quarta-feira, 29 de outubro de 2008

eu = NÓS

Se eu afirmar que sou voluntária... estou a querer dizer que faço algo de livre vontade; que me ofereço para ...
Parto do princípio que todos sabem o que significa ser voluntário, ou ... mais precisamente... fazer voluntariado.
Em pesquisas de internet, encontrei algumas formações para voluntários e por várias vezes questionava-me qual a importância dessas formações. Afinal de contas... cada pessoa é uma pessoa, e cada voluntário tem um x para dar ... logo, nessas formações ensinam-nos o quê? A ser bom ? A ajudar ? A ser solidário ?
Nada melhor como entrar numa dessas formações e ver com os nossos próprios olhos e foi o que fiz ...! Inscrevi - me numa formação de voluntariado com algumas expectativas. Mas antes ... achei por bem reflectir comigo mesma, algumas ideias que não quero que me sejam " ensinadas " nem transmitidas mas sim ... sentidas e pensadas por mim, apenas!
Perguntei a mim mesma, o que posso eu, enquanto pessoa, " dar " aos outros, ou talvez.. de que forma os posso ajudar. Porquê eu ? Serei mesmo que o deva fazer seja de que maneira fôr ?
Após algum tempo, percebi que eu era a pessoa ideal. Eu poderia ser a solução para muitos problemas. Eu poderia fazer a diferença!!! Eu ... e qualquer um de nós.
Provavelmente, por passarmos a vida a questionarmo-nos do que podemos fazer em vez de fazer é que continuam a haver apelos a "chamarem" por pessoas como NÓS para que possamos fazer parte de algum desenvolvimento, algum bem-estar...
Se não procuramos a solução... fazemos parte do problema!!!
O mundo não se muda sozinho. Muda-se ... com um sorriso verdadeiro, uma boa conversa e uma boa ajuda.
Pequenos actos, como estes, têm de facto e sem qualquer dúvida impacto na vida das pessoas. Só assim se pode romper com lógicas totalizantes de exclusão, empobrecimento, de esgotamento, de esquecimento histórico, de distância psicológica para o resto do mundo.
Muitas de outras realidades da Terra escapam ao nosso quotidiano, e desculpem, mas acredito que a culpa seja inteiramente nossa e só ... nossa.
É preciso repor a ideia de um futuro e destino comuns onde as responsabilidades e deveres são igualmente partilhados. Assim, é possível ajudar.
Voltei a pensar. Porquê fazer voluntariado ? Porquê eu fazer um voluntariado?
Percebi que posso fazer voluntariado por ser um trabalho ... enfim ... socialmente útil. Mas... poder ser muito mais do que isso.
Até que ponto eu não posso dar um grande contributo para a vida de alguma pessoa/população/comunidade onde esteja inserida num projecto. Até que ponto eu não posso facilmente tornar vidas quotidianas mais dignas, inserindo-me em acções dinâmicas abrangentes de cooperação e desenvolvimento mundiais?
Fiquei extremamente surpreendida de que forma podia eu tornar-me uma pessoa diferente e... melhor.
O voluntarido permite-me a mim e a nós, uma auto-realização enquanto seres humanos permitinde-nos também momentos de reflexão sobre as nossas vidas. Que foi exactamente o que me aconteceu !!!
Tudo isto não deixa de ter a ver com a luta por uma cidadania activa que possa usufruir de direitos mas também de cumprir os respectivos deveres para com a comunidade.
Eu posso fazer a diferença. Nós podemos fazer a diferença. Porquê sermos todos iguais ?!
Não é uma obrigação. É uma aprendizagem pessoal e colectiva. É uma aprendizagem intercultural. Promove conceitos e valores humanistas tais como a tolerância, respeito mútuo, solidariedade, justiça e igualdade. É um acto generoso ou não ?
Sem discriminação de sexo, nacionalidade, religião, língua, formação profissional ou situação económica. É um "trabalho" não é um emprego. Não é uma caridade mas sim uma aprendizagem de humildade. É um compromisso pessoal. É abrir a vida a outros contextos familiares e adaptar-se a novos hábitos, vidas diferentes, pessoas diferentes.
No fundo ... é conhecer o mundo com outros olhos e ajudando a melhorar todos os dias. Para isso, para que essa ajuda seja possível é preciso conhecer. Conhecer o mundo que nos "esquecemos" sempre ( por culpa nossa ).


Um dia é pedido a um célebre pintor que pinte o altar-mor e o tecto de uma igreja.

Foi-lhe dado um prazo para a execução da tarefa. Dois anos.

O pintor durante muitos anos não foi visto. Não se sabia nada dele.

Voltou pouco tempo antes de terminar o prazo e executou rapidamente a sua tarefa que foi mesmo concluída antes do fim do prazo.

Confundidos com este comportamento os frades exigiram ao pintor uma explicação.

" - É simples, meus irmãos. Para pintar o divino tive que viajar por esse mundo, ver a luxúria e a pobreza, a saúde e a doença, o bem e o mal ... "

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Azulejo

A vida é um dom ! Aquilo que fazemos com ela ... só nós próprios sabemos!
Costumo dizer até que, não temos o direito de julgar ninguém por aquilo que faz mas sim por aquilo que é, para nós, enquanto pessoa!!
Opiniões diversas, é mais que positivo. Assim, crescemos uns com os outros.
Hoje aptecia-me "fugir" um bocadinho aquela norma de escrever algo comum...! Queria fazer algo assim diferente. Tipo... gatafunhos...
Optei por pôr esta imagem em branco. Um azulejo por exemplo. Este azulejo era nos dado como algo único e especial. No entanto, era nos pedido que escrevessemos ou pintassemos aquilo que mais gostaríamos de ver nele. Para mais tarde, recordarmos.
Ao longo da vida, vamos guardando lindas recordações. De momentos que vivemos, de pessoas que conhecemos, de sonhos que tornamos realidades, de vitórias alcançadas, dias especiais, olfactos que nos marcam ... enfim, momentos únicos que guardamos para sempre.
Da mesma maneira, que existem por vezes milhares de coisas que queremos ao máximo esquecer! Acções que não devíamos ter tido, atitudes mal tomadas, pessoas cruéis que passaram na nossa vida e nos fizeram sofrer, momentos de derrota, momentos de tristeza e arrependimento, momentos de vergonha...
Hoje, recebemos o azulejo que irá ... representar a nossa vida! Isso mesmo. A nossa vida apenas num pequeno quadrado.
Hoje tínhamos a oportunidade de desenhar ou escrever aquilo que nos marcasse para sempre. Não poderia ser apagado.
Poque não pintar o azulejo todo de uma cor ? Haveria alguém que iria desenhar apenas um sol, com o objectivo de mostrar que a sua vida foi quase sempre brilhante ? Alguém iria desenhar uma família rodeada de amigos ? Uma praia ? Uma Viagem ? Uma roupa ?? O que seria ??
Como olham as próprias pessoas , para o dom que lhes foi dado ?
Aquilo que fazemos do nosso dia, da nossa vida, só depende de nós! E podemos fazer de cada dia um desenho para pormos no nosso azulejo. Fazermos isto, a pensarmos como vamos decorar as paredes da nossa memória.
Se soubessemos que só tinhamos mais um dia de vida, o que pensaríamos ? O que íriamos sentir ? Talvez a pergunte que mais se adapte aqui, é... o que faríamos ?
Desfrutar o último pôr - do - sol ? íriamos ter com os nossos amigos e família ? Díriamos tudo aquilo que nunca conseguimos dizer a alguém? Faríamos algo que nunca tivemos coragem de fazer ??
Mas... até que ponto todas estas acções iriam-nos fazer mais satisfeitos com nós próprios ?
Algo que tenho vindo a aprender com o tempo, é dar graças ao dom de estar viva e poder viver à minha maneira! Por poder sorrir.
Nunca á tarde para mudarmos o rumo e começar a pintar, desenhar e escrever azulejos de felicidade. É preciso esperar até à última para ganharmos coragem ? Não. A hora é AGORA! O dia é HOJE!
Se soubessemos que nos restava apenas um dia, não seria preferível olharmos à nossa volta e vermos paredes cobertas de desenhos bons e maus, onde tivessemos orgulho por ter feito tudo aquilo que queriamos ? Coisas boas e más...
Provavelmente, se assim fosse, chegaríamos ao nosso último dia e pensavamos : Eu fiz quase tudo.
Seria triste se, ao pintarmos o nosso azulejo, não tivessemos quase nada por pintar. Seria triste se deixassemos o azulejo metade em branco.
Aquela frase que diz " viver o dia como se fosse o último " nunca fez tanto sentido como agora.
Todos os dias, deveríamos pintar um azulejo. Se assim fosse, chegaríamos ao final e diríamos : Eu fiz. Eu consegui.

Eu vou pintar o meu agora. Porque o faço todos os dias...ou quase sempre.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Indivíduo VS Casal

O cantor João Pedro Pais, tem uma música com o título de " Ninguém é de Ninguém ". Nessa mesma música, o cantor no refrão diz que ... " Ninguém é de Ninguém, mesmo quando se ama alguém ... Ninguém é de Ninguém, quando a vida nos contém... " .
Sou da opinião que cada música tem a sua letra, mas cada pessoa entende-a à sua maneira, isto é, numa situação única podem ( e devem ) existir várias e diversas opiniões, bem como perspectivas !!!
Sendo assim, quis pegar "neste bocadinho" de música e tentar colocar duas perspectivas relativamente aquilo a que o cantor diz.
Quando penso num casal, penso em duas pessoas, certamente. Numa relação, para que esta seja produtiva e enriquecedora, deverá haver amor de ambas as partes. Deverá haver compreensão de ambos os lados. Deverá haver também respeito mútuo e honestidade dos dois. O esforço deverá ser feito pelos dois.
Enfim, numa relação, de duas pessoas, o investimento para a mesma, é sempre a dois. Logo, a entrega é profunda para que a confiança enquanto base da relação seja extremamente forte.
Existem ainda vários casais que são capazes de afirmar que são apenas uma pessoa devido à união que têm entre os dois. Ou seja, mesmo quando se ama alguém eu sou tua e tu és meu. Somos um apenas!! Os teus problemas são os meus problemas, os meus problemas são os teus problemas. A minha cama é a tua cama, a tua cama é a minha cama. O meu dinheiro é o teu dinheiro, o teu dinheiro é o meu dinheiro.
Até que ponto, é que quando se faz parte de um casal não pertencemos ao nosso parceiro/a?
Várias vezes ouvimos " tu és meu, eu sou tua". Se a entrega que existe de cada pessoa é dedicada e única, isso não implica que um façam parte do outro ??
Nos dias de hoje, é comum ouvirmos as chamadas " relações abertas ". Relações de partilha sim, mas que um não deixa de fazer algo por causa do outro. Nessas relações abertas, está sempre presente um princípio que acho fundamental existir em qualquer relação -o princípio da individualidade.
Mesmo assim, continuuo a achar que deverá existir sempre nas nossas vidas.
Uma ideia de individualidade numa relação : " Eu amo-te, tu amas - me mas eu não deixo de ser EU e tu não deixas de ser TU enquanto pessoa. "
Esta ideia, não remete para ideia principal de não pertencermos a ninguém mesmo quando amamos, mas é fulcral para o bem estar da própria pessoa e da própria relação!
É perfeitamente natural a pessoa enquanto indivíduo único não se esqueçer da sua própria vida! Não se esqueçer daquilo em que acredita, não se esqueçer dos seus sonhos e objectivos ... não se esquecer de si mesma!
Por outro lado, essa ideia de individualidade não pode estar presente numa relação entre casais?
Penso que por norma, por exemplo, num casamento, o marido pertence à sua mulher ( porque ela o ama ) e a mulher pertence ao seu marido ( porque ele a ama ), mas mais uma vez o digo, ela não deveria deixar de ser ela e ele não deveria deixar de ser ele !
A unidade de um só casal, não deve negar a individualidade de cada pessoa. Individualidade e no fundo atrevo-me a liberdade não deve acabar pelo facto de nos unirmos a alguém e lá está, pertencermos a alguém.
Não é correcto tentarmos fazer com que o outro seja como nós. São precisamente as diferenças que poderão vir a fortalecer a relação, apesar de não concordar que os opostos se atrem, pois para que duas pessoas se entendam é necessário que haja algo em comum, se não ... chocam!
O casamento dá origem a uma nova família criando uma identidade própria articulando as individualidades.
O casamento dá origem a um sentimento de pertença mas tem de haver espaço próprio; individual! Uma espécie de fusão vs autonomia....

A música tem uma letra muito bonita, no entanto, quando amamos alguém, pertencemos a esse alguém se formos correspondidos.
De qualquer forma, não me vou esquecer de mim por te amar...

EU + TU = NÓS
NÓS = EU + TU

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Portugal...a cair?

Começo por pedir desculpa pelo tema que optei. Hoje era daqueles dias que me aptecia imenso escrever sobre algo tipicamente ... " cor-de-rosa" mas ao contrário disso, escolhi algo que me revolta a mim, e a muitos ( suponho eu ). A última coisa que quero, é que este meu espaço se torne algo... deprimente, com artigos tristes e revoltados.
No entanto, optei assim por um artigo que acima de tudo se revolta contra a corrupção e justiça e com certos " podres " que presenciamos no nosso dia-a-dia, infelizmente.
Ligamos a televisão para assistir o telejornal. Muitas das notícias abordam essencialmente política, marginalismo, futebol, economia...
Só não percebe quem não quer mesmo perceber. O país não está bem. E não é de agora. Não somos nós portugueses que descobrimos tal situação.
Certo dia escreveu Eça de Queirós ao seu amigo Ramalho de Ortigão: " o que eu quero fazer é dar um grande choque elétrico ao enorme porco adormecido (refiro-me à pátria). Você dirá: - Qual choque! Oh! Ingénuo! O porco dorme: podes-lhe dar quantos choques quiseres em livros que o porco há-de sempre dormir. O destino mantém-no na sonolência, e a murmurar-lhe: dorme, dorme meu porco."
A corrupção, por exemplo, é a prática mais antiga do mundo.
Pequenas atitudes que fazem parte dos nossos dias, que levam também à queda deste país.
Cartas de condução e declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame.
Portugal... um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe lugar.
Portugal... um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
São pequenas coisas, que fazem de Portugal um país ainda mais pequenino. Um país que é olhado de uma forma negativa.
Há quem ainda acredite que as coisas vão melhorar. Eu acredito.
Há quem sinta que Portugal vai cair e vai bater bem lá no fundo...
Há quem vá viver para fora, de forma a ter uma vida mais estável. Com mais garantias.
Tudo sobe e as pessoas cada vez recebem menos. Preços não são proporcionais a ordenados.
Para obtermos um certificado de saúde por exemplo, temos que pagar.
Para termos o selo de moradores, dirigimo-nos à emel e pagamos 100 euros!
"Vão" buscar dinheiro aos sítios mais impensáveis.
Mesmo assim, eu acredito que o porco vai acordar!

" Estamos perdidos há muito tempo...
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos,
as consciências em debanada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza desse rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte que o País está perdido! "

Eça de Queiroz, 1871

Acorda Porco, Por Favor !! Acorda !!

Desculpem.

domingo, 5 de outubro de 2008

Perfeita Imperfeição

Num almoço em que estava presente, ouvi uma frase, que consfesso que me custou imenso ouvir mas que era 100% verdadeira : Portugal é bom ! Os portugueses é que são maus!
Bem ... olhando ao meu redor, sinto que de facto vivo num país maravilhoso! Extroardinário! Lindo! Forte! Com história, com cultura, com potencialidades! No entanto, vivo rodeada por um povo triste, desmotivado, cansado, egoísta e ... mau. Não esquecendo o facto de que sou Portuguesa.
Mesmo assim, ainda acredito nas coisas boas deste pequeno grande país. Se acredito que as coisas vão melhorar ? Não sei. Não sou ninguém para o saber , ou deveria ser ?
Foi Kant quem disse que "... o homem só consegue ser homem através da educação " .
Estamos, deste modo, perante uma arte em permanente aperfeiçoamento, ao longo de gerações. É o presente e o futuro que estão em causa. ( mas ... a educação é uma arte não é ? )
Não se trata de uma adaptação ao mundo actual, mas... de procurar antecipar - ainda que nunca possamos saber exactamente o que nos reserva o destino, que é pleno de incertezas e de contigências.
Ensinemos, pois, aqueles que querem ser ensinados, sobre o que é o mundo, despertemos as suas consciências, em lugar de lhes darmos uma chave sobre... a arte de viver. É perfeito viver! É bom ! É motivo de felicidade. " Difícil não é viver mas sim saber viver ... " . O ser humano está longe de ser perfeito... mas no entanto adapta-se aquilo que é totalmente imperfeito.
Conhecer, compreender, aprender o respeito mútuo e a responsabilidade, cultivar o método, a experiência, o rigor ciêntifico, o espírito crítico e a capacidade de trabalho - eis as tarefas de uma boa escola e de uma educação para todos e em toda a vida. Mas, continuo a achar que a melhor escola que alguma vez existiu e sempre há de existir.. é a chamada escola da vida !!!
Assim, se desenvolve uma educação activa, pela qual se pratica a disciplina da liberdade.
Não iludamos as questões: o nível de competências dos jovens portugueses é insuficiente. E eu sou uma jovem portuguesa e não duvido das minhas competências.
Alcançar uma boa e adequada formação de base constitui, assim, questão de sobrevivência numa sociedade contemporânea. A igualdade de oportunidades é contraditória com o igualitarismo. Há, pois, uma forte aposta a fazer: na compreensão das diferenças, no apontar das boas referências e na exigência, claro, democrática.
Chegar perto da perfeição exige - se a educação com rigor e humanidade?
Não basta, porém erigir a prioridade educativa. É preciso mobilizar esta " sociedade desmotivada " democrática e definir os objectivos, para sair da mediocridade e poder ter a capacidade de ir mais além e de sermos melhores, combatendo a exclusão e favorecendo a liberdade, o progresso, a justiça e a coesão social. Enfim, deixarmos de viver assim de um modo imperfeito...
Metaforicamente, a babárie contra que temos de combater é no fundo... a ignorância, a facilidade, a intolerância, a indiferença e a injustiça.
Unamos, pois, esforços neste combate de cidadania quase ... perfeita!


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Festas de Família

O ritual das festas de família, algumas delas transformadas em acontecimentos sociais - desde o baptizado às bodas de ouro, passando pelos aniversários dos vários membros, os sucessivos natais e páscoas, o casamento, etc. - ajudam-nos a viver melhor e a inscrever na memória momentos, únicos, que passam a fazer parte da história da pópria família.
Essencialmente, as festas de família são ( ou deveriam ser ) um tempo de descontracção psicológica, momentos em que se atenua o espírito de competição, se reduzem os conflitos e se vive a alegria e o gasto. Nestas comemorações familiares, predominam o afecto e a cumplicidade. E celebram-se a união e a amizade!
Tenham ou não uma componente sagrada ( como é o caso do Natal ), hoje as festas do(s) calendário(s) familiare(s) são sobretudo profanas. Mas mesmo as festas profanas dão lugar a ambientes especiais, onde as pessoas se reúnem para comemorar. Preparam-se pratos e bebidas, cuida-se a decoração, vestem-se roupas bonitas e trocam-se presentes.
As crianças, sem dúvida os maiores apreciadores das festas, são também o seu principal móbil. Elas gostam especialmente de enfeitar-se, receber e dar presentes, estar em festas e partilhar a sua alegria... bom e claro... comer os doces!
Momentos mágicos para o universo familiar, as festas de família são também fundamentais para a socialização de todos os elementos da família. Este tipo de rituais devem conservar-se e são revalorizados nos tempos actuais, como resposta às necessidades de reforçar referências numa sociedade onde as famílias estão dispersas. É necessário reavivar os laços que as unem para reforçar as identidades familiares, que implicam todos os aspectos simbólicos da união, da força, da solidariedade, para além de toda uma rede de referências.
Estes momentos de festa, são também fundamentais para a naturalização das relações inter-geracionais, numa época em que, no dia a dia, estamos "engavetados" por idades...
No entanto, acredito que para superar as dificuldades que hoje as famílias (dispersas e com reduzido número de filhos ) têm, relativamente ao conceito de família alargada, formam-se grupos de amigos com os quais se mantêm relações «familiares» alternativas, com base em laços não consanguíneos.
As festas, as festas referidas acima e mesmo qualquer tipo de festa em si, são sinónimo de alegria, barulho e movimento! São indispensáveis ao equilíbrio social e constituem para todos momentos mágicos, em que a imaginação se junta à realidade.
As festas em família, acabam por ser momentos lúdicos de ruptura com o quotidiano e são sem dúvida essenciais para o equilíbrio psicológico e familiar.
No entanto, hoje há festas em imensas casas ( portuguesas ) apenas no sentido de se cumprir o processo habitual de um calendário, há festas a menos no sentido lúdico do prazer e do divertimento.
Mas ... não é verdade que as festas divertem ( no sentido da palavra ) uma família ??
As festas são necessárias ao equillíbrio das pessoas e das famílias, mas com a sua passagem de uma dimensão lúdica a uma dimensão ritualizadam elas tendem a confrontar as pessoas e as famílias com as suas dificuldades e os seus ... fantasmas. ( Cada família sabe quais são os seus ).

Recordo as minhas festas.
As minhas festas de aniversário transbordavam de alegria. Família, Amigos, Comida, Muita comida..., brincadeiras, jogos, presentes, mas ao mesmo tempo muita paz!!
As minhas festas de Natal, foram e ainda são extremamente importantes pois dão-me uma noção de pertença a um grupo, e esse grupo são os " meus ". É como um rito de socialização, sim mas não deixam de ser momentos mágicos!

Sempre fiz questão de fotografar ou filmar esses momentos mágicos. Quem não me diz a mim, que ... amanhã, possa fazer parte de uma família... que segue apenas o calendário ... e eu queira partilhar com eles ( com esse meu novo grupo ) os momentos que tive ? Talvez assim, iremo-nos unir e ver que as datas felizes para as famílias são sempre de festejar....

Saudades daquelas mesas cheias de doces...
Saudades das luzes de Natal...
Saudades dos balões coloridos...
Saudades dos pequenos grandes amigos...
Saudades ... da minha avó !

Vou ver as fotografias e volto já !!!

domingo, 21 de setembro de 2008

Participar precisa-se !

O conceito de participação tem vindo a ganhar cada vez mais importância nos dias que correm. Mas desde sempre que se ouviu falar na imensa força que este conceito traz consigo, seja em que âmbito fôr.
Olhando em particular para as necessidades das crianças e jovens, muitas vezes não reconhecemos quais os desejos destes. Temos a tendência de acreditar que aquilo que eles precisam ou querem é aquilo que nós já desejámos ou já quisemos ou mesmo que ainda queremos. Pensamos, por bem , que a felicidade deles depende das nossas escolhas...
Não acredito que assim seja. E aí surge a impotância do conceito de participação. Mas... participar em quê ?
Quantos são os projectos que são implementados em escolas, infantários, bairros sociais, pequenas e grandes comunidades, com princípios incríveis, objectivos magníficos, missões maravilhosas, mas que no fundo ... não ouvem aquilo que de facto as crianças e jovens ambicionam ???
Quando era criança ( e ainda tento ser ) lembro - me que andava na escola e eram muitos os programas que faziam dirigidos para nós, " míudos e míudas " que lá no fundo delirávamos com tudo aquilo que nos proporcionavam, mas ... pudera, também tínhamos alguma escolha alternativa ?! Não.
Hoje esquecemo-nos que os jovens e as crianças têm e devem ter voz activa !!! Voz, nas escolhas que querem, naquilo que gostam, naquilo que preferem, naquilo que desejam, naquilo que ... por mais que seja impossível, sonham ...
A participação é um direito e um dever de qualquer pessoa. É um princípio directamente associado às sociedades democráticas, surgindo como um direito universal de todos os cidadãos, independentemente da idade, cor, credo ou condição social, devendo ser encarada como uma oportunidade efectiva e acessível a todos, e ser traduzida em diversos contextos, na vida familiar, profissional, local, associativa e política.
Contudo e apesar de ser considerada um direito universal, a prática nem sempre lhe corresponde ( como já disse acima ), verificando-se cada vez mais uma propensão das pessoas para o descomprometimento, para a desresponsabilização e para a abstenção perante tudo aquilo que as rodeia, refugiando-se na ideia comum de que ... " não vale a pena lutar, porque nada vai mudar... poque são uma minoria, vivem em locais carenciados, têm dificuldades económicas... " . Enfim, um sem número de limitações que por vezes são o reflexo da realidade, mas que não podem e sobretudo não devem ser uma barreira à participação activa na comunidade, seja ela qual fôr.
Proporcionando a participação a crianças e jovens, acredito que seja possível provocar mudanças na vida dos mesmos, através de uma maior participação destes nos projectos, que esta é considerada como um dos princípios gerais para o sucesso de qualquer projecto.
Os projectos devem promover uma cultura de participação dos destinatários na concepção, implementação e availiação das actividades realizadas reforçando assim, a sua (co)responsabilização.
É necessário exercer ( nas crianças e jovens ) o direito de cidadania activa. É necessário desenvolver metodologias participativas, de forma a que , sejam os jovens, eles próprios, e as crianças também , mentores e dinamizadores das actividades e não meros receptores.
É fulcral que estes participem ao nível do planeamento, execução e avaliação dos projectos que lhes são dirigidos. Assim, mais tarde, irão sentir fazem parte dos próprios projectos. Que lhes pertence e que as suas opiniões são importantes e tidas em consideração.
As crianças e jovens, devem sempre assumir aquilo que escolheram e fizeram, aquilo que contruíram como algo que também é seu e que assim adquirem um sentimento de pertença e de identidade, que muitas das vezes não possuem relativamente a outros contextos de vivência, provocando nestes uma maior responsabilização sobre as suas práticas, criando-se assim as condições necessárias para o seu empoderamento.
Adquirem então um maior controlo sobre as suas decisões e acções, facilitando a construção de projectos de vida mais sustentados e... participados.

A ideia é trabalhar com e não para!!!

A ideia é dar a "eles" aquilo que não tivemos.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Religião

Sempre que alguém me pergunta se acredito em Deus, para além da resposta " sim " ou " não " existe outra resposta que me vem automaticamente à cabeça, que é : " Sim mas isso tem muito que se lhe diga. Pois, eu acredito porque, ou eu não acredito porque ... " .
Falar sobre religião, fé, a força da crença, o acreditar ... tem muito que se lhe diga.
Não é de agora. Ao longo de milhares de anos, a religião tem tido um enorme e forte papel na vida dos seres humanos. Sob uma forma ou outra, a religião existe em todas as sociedades humanas conhecidas.
As sociedades mais antigas, de que apenas temos conhecimento através dos vestígios arqueológicos, mostram traços claros de símbolos e cerimónias religiosas.
Ao longo da história subsequente, a religião continuou a ser um elemento central da experiência humana, influenciando o modo como vemos e reagimos ao meio que nos rodeia.
A religião cristã por exemplo - "Se Deus Quiser..."; "Graças a Deus...", "Deus te acompanhe..."; "Deus me perdooe..." . São várias as expressões, que são usadas por muitas bocas, que entregam toda a sua confiança aquele que por motivos religiosos é o Todo Poderoso.
Contudo, a atitude religiosa e o pensamento moderno racionalista coexistem num estado incómodo de tensão. Com o aprofundar da modernidade, uma perspectiva racionalista conquistou muitos aspectos da nossa existência e parece pouco provável que a sua força venha a enfraquecer num futuro previsível...! Aliás, os tempos mudaram certo?
Mesmo assim, penso que existirão sempre reacções contra a ciência e o pensamento racionalista, pois estes permanecem ... silenciosos perante questões tão fundamentais como o significado da própria vida.
Estes temas estiveram sempre no centro da religião e alimentaram ( e alimentam ) a ideia de fé, um salto emocional para a crença.
Desta forma, até que ponto a religião e a ciência parecem contradizer-se ? Podem as duas explicar por exemplo as origens do homem ... isto é, da mesma forma ??
Penso que a religião e a ciência podem misturar-se sob formas estranhas bem como interessantes.
Porque é que a religião é um aspecto tão central na vida das sociedades humanas? Se é tão importante, como é que o seu papel está mudar nas sociedades modernas mais recentes ? Em que condições a religião une as comunidades, e em que condições as divide? Como pode a religião ter tal importância na vida dos indivíduos, a ponto de estes estarem dispostos a sacrificarem-se pelos seus ideais?
Existem tantas questões, que procuramos constantemente respostas para elas. Talvez porque, inconscientemente, precisamos de uma orientação, de um apoio, de um caminho " mais fácil " , precisamos de fé...
Acima de tudo, é importante interrogramo-nos sobre o que é a religião e tentar olhá-la nas suas diferentes formas e nas suas diferentes práticas.
Suponho que o estudo da religião represente um desafio. Um grande desafio, na medida em que coloca fortes exigências à imaginação de qualquer um de nós... . É necessário analisarmos as práticas religiosas, as crenças e os diferentes rituais que existem nas diversas culturas humanas. Temos de ser sensíveis aos ideais que inspiram convicções profundas aos crentes, e de manter simultaneamente uma visão equilibrada dos mesmos.
Temos de confrontar ideias que buscam o eterno, enquanto reconhecemos ao mesmo tempo que os grupos religiosos também promovem objectivos bastante mundanos - comos os de adquirirem recursos financeiros e seguidores.
temos de reconhecer a diversidade das crenças religiosas e dos modos de conduta, mas devemos igualmente analisar a natureza da religião como fenómeno de carácter geral.
Vivemos numa sociedade muito ligada à Igreja. Ao mesmo tempo, parece que ainda não está preparada para certas mudanças que têm surgido. O que era tabu passou a ser moda. Estamos perante uma sociedade que tanto quer chocar como quer ficar no canto.
Há quem reze todos os dias antes de ir dormir, há quem pense que amanhã é um dia como qualquer outro.
Uns acreditam outros não.
Há quem ainda se interrogue : " Então mas se " ELE " existe ... porque há guerra, porque há violência ? "
Numa era globalizada que tem uma necessidade desesperada de compreensão mútua e de diálogo, este ... fundamentalismo religioso pode ser uma força destrutiva. O fundamentalismo está vinculado à possibilidade de violência. O exemplo do fundamentalismo islâmico e cristão, os exemplos de violência inspirados na filiação religiosa... são comuns!!!
Ainda, nos últimos anos existiram alguns choques entre grupos islâmicos e cristãos no Líbano, na Indonésia e noutros países. Contudo, num mundo crescentemente cosmopolita, pessoas de tradições e crenças constantmente estão a entrar em contacto mais do que nunca. E penso que isso seja bom.
À medida que a aceitação inquestioñável das ideias tradicionais declina, somos ...obrigados a viver de um modo mais aberto e reflexivo - a discussão e os diálogos são essenciais entre as pessoas de diferentes religiões. Acreditando ou não.
A religião .. não deixa de ser o principal modo de controlar ou dissolver a violência. Ou melhor... talvez o diálogo. Mas ... será que isso é possível ? A ciência explica isso ?


O ano passado ouvi dizer que era tudo apenas, uma questão de ...