quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Religião

Sempre que alguém me pergunta se acredito em Deus, para além da resposta " sim " ou " não " existe outra resposta que me vem automaticamente à cabeça, que é : " Sim mas isso tem muito que se lhe diga. Pois, eu acredito porque, ou eu não acredito porque ... " .
Falar sobre religião, fé, a força da crença, o acreditar ... tem muito que se lhe diga.
Não é de agora. Ao longo de milhares de anos, a religião tem tido um enorme e forte papel na vida dos seres humanos. Sob uma forma ou outra, a religião existe em todas as sociedades humanas conhecidas.
As sociedades mais antigas, de que apenas temos conhecimento através dos vestígios arqueológicos, mostram traços claros de símbolos e cerimónias religiosas.
Ao longo da história subsequente, a religião continuou a ser um elemento central da experiência humana, influenciando o modo como vemos e reagimos ao meio que nos rodeia.
A religião cristã por exemplo - "Se Deus Quiser..."; "Graças a Deus...", "Deus te acompanhe..."; "Deus me perdooe..." . São várias as expressões, que são usadas por muitas bocas, que entregam toda a sua confiança aquele que por motivos religiosos é o Todo Poderoso.
Contudo, a atitude religiosa e o pensamento moderno racionalista coexistem num estado incómodo de tensão. Com o aprofundar da modernidade, uma perspectiva racionalista conquistou muitos aspectos da nossa existência e parece pouco provável que a sua força venha a enfraquecer num futuro previsível...! Aliás, os tempos mudaram certo?
Mesmo assim, penso que existirão sempre reacções contra a ciência e o pensamento racionalista, pois estes permanecem ... silenciosos perante questões tão fundamentais como o significado da própria vida.
Estes temas estiveram sempre no centro da religião e alimentaram ( e alimentam ) a ideia de fé, um salto emocional para a crença.
Desta forma, até que ponto a religião e a ciência parecem contradizer-se ? Podem as duas explicar por exemplo as origens do homem ... isto é, da mesma forma ??
Penso que a religião e a ciência podem misturar-se sob formas estranhas bem como interessantes.
Porque é que a religião é um aspecto tão central na vida das sociedades humanas? Se é tão importante, como é que o seu papel está mudar nas sociedades modernas mais recentes ? Em que condições a religião une as comunidades, e em que condições as divide? Como pode a religião ter tal importância na vida dos indivíduos, a ponto de estes estarem dispostos a sacrificarem-se pelos seus ideais?
Existem tantas questões, que procuramos constantemente respostas para elas. Talvez porque, inconscientemente, precisamos de uma orientação, de um apoio, de um caminho " mais fácil " , precisamos de fé...
Acima de tudo, é importante interrogramo-nos sobre o que é a religião e tentar olhá-la nas suas diferentes formas e nas suas diferentes práticas.
Suponho que o estudo da religião represente um desafio. Um grande desafio, na medida em que coloca fortes exigências à imaginação de qualquer um de nós... . É necessário analisarmos as práticas religiosas, as crenças e os diferentes rituais que existem nas diversas culturas humanas. Temos de ser sensíveis aos ideais que inspiram convicções profundas aos crentes, e de manter simultaneamente uma visão equilibrada dos mesmos.
Temos de confrontar ideias que buscam o eterno, enquanto reconhecemos ao mesmo tempo que os grupos religiosos também promovem objectivos bastante mundanos - comos os de adquirirem recursos financeiros e seguidores.
temos de reconhecer a diversidade das crenças religiosas e dos modos de conduta, mas devemos igualmente analisar a natureza da religião como fenómeno de carácter geral.
Vivemos numa sociedade muito ligada à Igreja. Ao mesmo tempo, parece que ainda não está preparada para certas mudanças que têm surgido. O que era tabu passou a ser moda. Estamos perante uma sociedade que tanto quer chocar como quer ficar no canto.
Há quem reze todos os dias antes de ir dormir, há quem pense que amanhã é um dia como qualquer outro.
Uns acreditam outros não.
Há quem ainda se interrogue : " Então mas se " ELE " existe ... porque há guerra, porque há violência ? "
Numa era globalizada que tem uma necessidade desesperada de compreensão mútua e de diálogo, este ... fundamentalismo religioso pode ser uma força destrutiva. O fundamentalismo está vinculado à possibilidade de violência. O exemplo do fundamentalismo islâmico e cristão, os exemplos de violência inspirados na filiação religiosa... são comuns!!!
Ainda, nos últimos anos existiram alguns choques entre grupos islâmicos e cristãos no Líbano, na Indonésia e noutros países. Contudo, num mundo crescentemente cosmopolita, pessoas de tradições e crenças constantmente estão a entrar em contacto mais do que nunca. E penso que isso seja bom.
À medida que a aceitação inquestioñável das ideias tradicionais declina, somos ...obrigados a viver de um modo mais aberto e reflexivo - a discussão e os diálogos são essenciais entre as pessoas de diferentes religiões. Acreditando ou não.
A religião .. não deixa de ser o principal modo de controlar ou dissolver a violência. Ou melhor... talvez o diálogo. Mas ... será que isso é possível ? A ciência explica isso ?


O ano passado ouvi dizer que era tudo apenas, uma questão de ...

Sem comentários: