terça-feira, 9 de setembro de 2008

{In}justiça

Tantas e tantas vezes que já ouvi dizer a Justiça é Injusta. É importante ter em conta de que tipo de justiça é que estamos a falar... Justiça social ?? Sim ... então olhando para a forma como Portugal ( enquanto país ) se desenvolve ... sim ... existe muita injustiça social. Nada de justiça...
A injustiça que quero abordar não é essa injustiça que se vê mas sim que se sente. Quem nunca a sentiu ? Quem nunca se sentiu ... injustiçado ?!
O que se sente ? Raiva ? Traição pela nossa dignidade ? Onde ir buscar a força quando nos sentimos assim ?
A revolta que nasce em nós ao nos depararmos com uma injustiça é muito grande. É dura e cruel. É o mais baixo sentimento moral humano. Por isso mesmo, ela é o mais fácil sentimento de incutir naquelas grandes massas de gente, isto é, para as mobilizar politicamente, e é normal que partidos e líderes façam dela, em seu proveito próprio, o mandamento primeiro ou único da moralidade pública, o critério e o emblema que distinguem os bons dos maus.
Mas... existem bons e maus ? Não seria mais justo sermos todos iguais ? Sermos todos tratados de igual forma ?
Vivemos numa sociedade, onde exitem diferentes valores, diferentes princípios, diferentes religiões, diferentes crenças, diferentes educações. Sim. Somos todos diferentes, mas isso faz de uns melhores ou piores do que outros ?
Temos consciência quando merecemos algo. Quando por exemplo, merecemos ser tratados de igual forma. Temos os mesmos direitos que alguém que está ... digamos... no mesmo patamar ( seja ele qual fôr ) que nós. No entanto, assim não acontece. A revolta que cresce paralisa-nos e corrompe o nosso senso moral, trocando a nossa "engenharia" de sentimentos e valores. É como um rancor padronizado que cresce ( arrisco - me mais uma vez a dizer ) em todos nós. É um reflexo condicionado, que nos leva a sentirmo-nos injustiçados sim... mas extremamente tristes.
Uns... afastam-se; isolam-se, outros perdem a auto-estima, a coragem, a vontade. No entanto, acredito que haja outros que pensem em pagar na mesma moeda. Uma espécie de vingança.
Chego à conclusão que a injustiça não deixa de ser um ciclo vicioso. " Se foste injusto, então eu também o serei mais tarde " .
Se há algo que admiro nas famílias é o equilíbrio, o equilíbrio moral. Ou seja, encarando a balança da justiça tal e qual como ela é, tem dois pratos opostos: um que assegura a justiça e outro que assegura a injustiça. Quando um sobe o outro desce, e vice-versa.
No desenvolvimento humano, os pratos do bem e do mal sobem e descem com elevada frequência. Ou seja não há um equilíbrio. Este, é apenas um instante, para reverter em uma situação oposta.
Assim, quando as famílias vão aumentado de número de parentes, vai avançando às cegas na escuridão, com pequenos vislumbres da justiça por exemplo para os seus filhos, mas no entanto devria haver um equilíbrio entre todos eles. Por exemplo: se um filho tem o outro também deveria ter mas ... tudo com seu tempo.
Esta ideia remete um bocadinho para o conceito de justiça, no entanto, as famílias só por si, por raras vezes sabem organizar-se de forma equitativa.
Poderíamos falar de vários tipos de injustiça. Ela passa por nós todos os dias, bem ao nosso lado. Muitas vezes sentimos que somos justos com algo que fizemos, mas ... até que ponto a outra pessoa não se sentiu injustiçada?
É importante termos sempre em mente os dois lados, assim como uma espécie de balança ... mas, sem nunca perdermos o equilíbrio.
Afinal de contas, o homem, enquanto ser humano social, está sempre em constante desiquilíbrio uma vez que está ( ou deveria estar ) à procura da sua equidade.

"A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar." (Martin Luther King)

"Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las." (Pitágoras)

"Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado." (Platão)

"Se ages contra a justiça e eu te deixo agir, então a injustiça é minha." (Mahatma Ghandi)

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