terça-feira, 5 de agosto de 2008

Violência Doméstica

Quantas e quantas vezes somos surpreendidos por anúncios de prevenção, até mesmo campanhas, programas, livros, debates, baseados em princípios determinantes para a prevenção da Violência Doméstica?
Acredito, que ainda existam muitas pessoas que nem tenham um conhecimento próximo do que é de facto a Violência Doméstica.
Violência (Doméstica) pode ser definida como um acto praticado dentro de casa, usualmente entre parentes (marido e mulher ). Isto é, tanto pode ser a mulher a sofrer como o homem.
Existem várias práticas como a violência física, o abuso sexual, violência sexual, entre outros.
A nível estatístico, a violência contra a mulher é muito maior do que contra o homem.

Lenore Walker apresentou um modelo de "Ciclo de Violência" que consiste de três fases:

  • Lua de mel: caracterizada por afeição, reconciliação, e aparente fim da violência.
  • Surgimento da tensão: caracterizada por pouca comunicação, tensão, medo de causar explosões de violência.
  • acção: caracterizada por explosões de violência, abusos.

Por esta lógica, ficaríamos com uma ideia um pouco distorcida do casamento em si, mas a verdade é que é este o percurso que muitos casais levam infelizmente.
Até que ponto conseguimos imaginar o sofrimento de uma mulher, que chega a casa e tem como garantia que o marido lhe vai "bater" ? A dor profunda, é de tal maneira que muitas delas sentem uma enorme vergonha em desabafar, em contar e relatar o que se passa na verdade dentro das suas próprias casas. O medo .. provavelmente é ainda maior do que a vergonha. São pressionadas de tal forma pelos maridos, para não contarem nada a ninguém pois se o fizerem , a violência será ainda maior !! É-nos possível imaginar tal coisa ?? o que faríamos ?

É de extrema importância a existência de centros e associações para estas situações de crise com o objectivo de apoiarem as mulheres, vítimas de violação ou abuso sexual!
No entanto, para o acesso a estes serviços, é necessário que haja uma iniciativa própria das mulheres, o que muitas vezes, é um dos passos mais difíceis...
Para isso, apelo à comunicação social e a todas as pessoas, que através das suas redes pessoais, possam fazer divulgação destes serviços, dispostos a colaborar na prevenção da violência e a ajudarem estas mulheres a seguirem com as suas vidas longe de sombras.
Existem linhas de emergência a funcionar 24 horas.
Grupos de Ajuda Mútua são fortemente necessários, para que estas mulheres possam desabafar com outras mulheres que tenham as mesmas experiências ou até outras. Para que se possam trocar mecanismos de defesa, e ideias para combater esta terrível Violência que se instalou de tal forma nas casas portuguesas.

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